Apresentação
Um frasco de vidro é parcialmente preenchido com um liquido incolor. Quando o líquido é agitado, adquire uma coloração azul-profundo. Esta coloração desaparece à medida que o líquido vai voltando ao repouso, mas reaparece se for novamente agitado. Este ciclo – azul/incolor/azul -, obtido pela agitação, posterior imobilidade e nova agitação, pode ser repetido dezenas de vezes antes que o líquido se inutilize. Por seu comportamento curioso, este sistema químico exerce um fascínio muito grande sobre os estudantes. Alguns são capazes de passar horas repetindo a experiência, na tentativa de descobrir quais são as condições necessárias para que ocorram tais reações responsáveis por essas mudanças.
Esta experiência foi selecionada por ser segura, de execução simples e exigir elementos de baixo custo e fáceis de serem obtidos em drogarias; pode ser realizada dispensando laboratório, vidraria especifica e instrumentos sofisticados. Permite acentuar a importância da cuidadosa observação e da organização dos dados experimentais. Além disso, a experiência representa uma boa oportunidade de se observar a participação de um gás como reagente num sistema químico.
Finalmente, a seleção dessa experiência da garrafa azul representa mais uma tentativa de recuperar um pouco a química descritiva e factual. O emprego de experiências que aparentam uma certa magia, perigosa maneira de interpretar a natureza, tem a função, no processo educacional, de estimular a curiosidade. O químico americano Linus Pauling — prêmio Nobel de Química e prêmio Nobel da Paz — relata que ficou fascinado, quando ainda era estudante, com a demonstração ‘de impacto’ da carbonização do açúcar. Isto contribuiu fortemente para a escolha de sua carreira profissional.
Contudo, devemos ressaltar que não faz parte dos objetivos do trabalho ora proposto, levar os alunos a descobrirem quais são as reações químicas que ocorrem no sistema. A complexidade dessas reações, creio eu, está acima dos conhecimentos básicos de um estudante do Ensino Médio. Eu mesmo não me aventuro nelas, por isso sigo as orientações da esposa, que é química. Todavia, se algum químico se dispuser a fazer uma explanação didática do equacionamento, de antemão agradeço.
Material
— água correspondente a 3 copos comuns: 550 a 600 ml, no total.
— 2 colheres e meia, das pequenas (colher de café), de hidróxido de sódio (soda cáustica); cerca de 10
a 11 gramas, no total.
— 9 colheres, das pequenas (café), de glicose (dextrose): cerca de 18 a 20 gramas; ele é encontrado
em farmácias, drogarias e supermercados com o nome comercial de “Dextrosol”, açúcar para
mamadeiras.
— 5 ml de solução de azul de metileno (encontrada pronta a 1% ou 2% em farmácias e drogarias)
— 3 frascos de 200 a 300 ml, de vidro ou plástico transparente, com tampa (podem ser garrafas de
água mineral, de suco de frutas ou refrigerantes – ‘pichulinha’, com suas próprias tampas plásticas).
— 1 garrafa de 2 litros -PET- ou frasco grande de vidro, para dissolver os ingredientes (não devem ser
usados recipientes de alumínio, pois seriam corroídos pela soda cáustica)