Os terpenos são substâncias constituídas de “unidades do isopreno”, as quais podem ser representadas da seguinte maneira:
Eles são encontrados em óleos de essências, extraídos de vegetais e frutas, que geralmente apresentam odor agradável. Um exemplo de terpeno é o limoleno, obtido a partir do óleo de limão ou laranja e formado pela união de duas unidades de isopreno, originando um anel (veja esquema abaixo).
Outros terpenos são obtidos a partir dos óleos de louro, rosa, gengibre, terebintina etc. Essas substâncias são responsáveis pela fragrância das plantas, e algumas são usadas como perfume ou como agente de sabor.
Um dos mais importantes terpenos é o beta-caroteno, de cor laranja-avermelhada, presente em quase todas as plantas, sendo a cenoura seu exemplo mais comum. A cadeia do beta-caroteno, constituída de 40 carbonos, é transformada, em nosso organismo, em duas moléculas de outro terpeno: a vitamina A, essencial para a visão. A carência de vitamina A no organismo é responsável pela cegueira noturna.
A cor da vitamina A
A couve-flor da foto é realmente laranja, devido a uma mutação que aumentou o seu teor de beta-caroteno em cem vezes. Essa espécie mutante apareceu espontaneamente pela primeira vez há trinta anos, no Canadá, mas somente agora se tornou objeto de estudo. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos está investigando por que a mudança de um único gene aumentou a produção desse pigmento que o nosso organismo transforma na vitamina A. A finalidade desses estudos não é produzir uma couve-flor alaranjada, e sim enriquecer em beta-caroteno outros alimentos.
Atualmente, um ramo da medicina, denominado Medicina antioxidante, recomenda a ingestão de certas quantidades diárias de beta-caroteno, com a finalidade de evitar a ação de espécies químicas denominadas radicais livres, as quais seriam responsáveis pelo processo de envelhecimento e por um grande número de doenças, como o câncer.
Fonte: Usberco e Salvador. Química: volume único. Editora Saraiva